Um amigo meu, o Nelson, me mandou um email comentando sobre o final do livro "Eu sou a Lenda", então caso você ainda queira ler o livro por algum motivo não continue lendo...
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Eu avisei!
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Então replicando o email do Nelson:
"Parece que no livro o cara não é um cientista, é só um cara normal tentando sobreviver
Todo dia os zumbis acéfalos ACHAM a casa dele e destroem, e TODO DIA ele tem que reconstruir de manhã...
Com o tempo começam a vir zumbis mais inteligentes, e acabam vindo em tamanha quantidade e de tal maneira que eles meio que começam uma espécie de uma sociedade deles mesmos!!
No final eles capturam o protagonista, e este, na prisão dos zumbis mais inteligentes, analisa a situação e percebe que a sociedade se reestruturou de certa maneira. Ele, por ter matado tantos zumbis (que ele não diferenciava), acaba sendo considerado um assassino, um monstro... como os monstros das lendas... e ele É a Lenda!"
Ou seja o cara por ser um pária sobre a sociedade, e não querer mudar junto com toda a sociedade ácefala, morrendo e deixando sua opinião de lado, foi contra o fluxo, até que a sociedade deu um jeito pra dar um jeito nele, transformou a auto-defesa dele em assassinato, condenando ele a prisão! (como no caso de Sócrates que foi condenado ao envenenamento) cara esse final é muuuuito mais legal e filosófico :-D
E repensar o filme sobre essa ótica torna ele milhões de vezes mais interessante :-)
Eu não tinha observado por esse ponto de vista específico e eu concordo completamente com você, bem observado!
ResponderExcluirEu tenho uma teoria de que algumas pessoas no fundo não escolhem a melhor das opções disponíveis e sim a “menos pior”, no sentido de que no fundo o que elas preferem é sempre “lidar com a consequência mais tolerável” ao invés de estarem realmente buscando a excelência em uma situação.
Opções não significam que alguma delas seja agradável, opções são alternativas, caminhos. Um escravo que é forçado a fazer um trabalho tem sim opções tanto que alguns escolhem obedecer, outros a morte; um resgate, pode sim ser pago ou não; ou a Paris Hilton pode ter a opção de Foie Gras ou Caviar e ela talvez prefira Foie Gras porque aquele caviar talvez deixe um gosto residual com o qual ela simplesmente não está disposta a lidar naquele momento...
A ponte entre esses raciocínios é que às vezes temos que fazer coisas que não gostamos para evitar consequências ainda piores (importantíssimo: piores na percepção do indivíduo envolvido, não na de terceiros!) se compararmos isoladamente algumas das características brasileiras e orientais, por exemplo, lá o povo não tolera a vergonha de falhar em algo a que lhe foi atribuída responsabilidade, aqui isso não apenas é tolerado, mas nutrido com orgulho, recebendo até um termo carinhoso: o "dá-se um jeitinho brasileiro e tudo bem", a coisa degenerou a um ponto em que até apontar objetivamente, cirurgicamente núcleo do problema: “as pessoas precisam ter mais vergonha” perdeu tanto o sentido que se tornou uma frase completamente patética, quando na verdade ela é literalmente o que precisamos: uma vergonha insuportável de conviver com as consequências das opções erradas, mais fáceis, que fazemos a ponto de obrigarmos a nós mesmos a fazer a coisa certa para variar!
Como uma planta precisa de adubo pra crescer, coisas aparentemente negativas como uma “vergonha”, honesta, real, visceral, insuportável, às vezes podem ser o que seja necessário para crescermos, seja em âmbito nacional, ou em uma tarefa individual corriqueira que ninguém vai nem saber, a não ser nós mesmos.
Infelizmente, no entanto, outra lei da natureza é que a água sempre corre pelo caminho mais fácil, é muito mais simples inventar um termo carinhoso para esse excesso de preguiça cancerígena, do que se esforçar para tentar fazer as coisas certas, mas em tempo: não estou advogando que todos devem se matar o tempo todo, caramba, tem horas que eu também quero descansar! O problema é que algumas pessoas tentam qualquer coisa de qualquer jeito (ou nem isso), nunca conseguem nada e acham que tem o direito de continuar premiando a si mesmas com descanso e lazer o tempo todo.
Todos preferimos um certo tipo de rotina confortável, mas o mundo evolui inexoravel como um zumbi, ou a morte, dentre outras coisas o livro fala sobre isso: se o ambiente muda, aparentemente temos duas opções: ou nós mudamos, ou nós acabamos sendo reclassificados como antiquados e tratados como tal... cruelmente, não se engane!
“Se nos dão duas opções: a A em que construímos destruindo, e a B em que destruímos construindo, nossa obrigação é pensar fora da caixa e criarmos nós mesmos uma opção C" - Nelson Baietti
As pessoas deixam se levar pela vida e tem o mesmo pensamento do Patropi: "Pra compensar que eu cheguei tarde, vou embora mais cedo" :-P
ResponderExcluirnão que elas sejam mais inteligentes, esforçadas, ou qualquer coisa assim, elas simplesmente acham que é o certo, porque culturalmente elas foram ensinadas assim... passar pelo vermelho, culpar outro quando puder, omitir verdades indesejáveis, furar fila, pois o seu é sempre mais importante... As pessoas olham o seu mundo e se esquecem dos mundos a sua volta. E realmente, correr contra o fluxo é muito difícil, e as consequências disso são muito complicadas para a maioria das pessoas... olha o vídeo que eu coloquei no post da semana passada "O que a razão não alcança" é muito bacana :-)
Gente partindo dessa idéia de formatação Segundo o pai do estruturalismo Durkhrim o nosso fim passa pelo suic'dio se não aceitarmos a formatação imposta pela sociedade, como ir contra a corrente? como não seguir pelo caminho mais facil sem ser taxado de chato, implicante ou imaturo? Sabio quem disse que a ignorancia é uma benção.. o problema é saber que não podemos usufruir dela... Bom papo louco de antropofágico mas se interessar a alguém perder um pouco mais de tempo corra os olhos pelo:
ResponderExcluirDurkheim, E. As regras do método sociológico. São Paulo, Ed. Martin Claret, 2002.
Mas não aconselho ninguem a ler O suicídio, vai que o leitor se empolga...
Saudades...
Saudades tb garota! td bem?
ResponderExcluirengraçado que o próprio Nelson estava me perguntando será que existe algum livro de sociologia for dummies? pq a gente é peixe pequeno no campo :-P
bacana, tenho muita coisa pra ler esses dias, mas primeiro vou terminar de ler o quarto livro do guerra dos tronos :-D